segunda-feira, 24 de maio de 2010

Anthero de Quental

Biografia

Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.
Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbra, em que Antero e outros poetas foram atacados por António Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. António Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.
Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre Janeiro e Fevereiro de 1867.
Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.
Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas.
Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.
Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz." [1]
Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos"
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irma, Ana de Quental. Portador de Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim

Obras

  • Sonetos de Antero, 1861 
  • Beatrice e Fiat Lux, 1863
  • Odes Modernas, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbra). Reeditadas em 1875.
  • Bom Senso e Bom Gosto, 1865 (opúsculos)
  • A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbra)
  • Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX, 1865
  • Portugal perante a Revolução de Espanha 1868
  • Primaveras Românticas, 1872
  • Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa, 1872
  • A Poesia na Actualidade, 1881
  • Sonetos Completos, 1886 
  • A Filosofia da Natureza dos Naturistas, 1886 
  • Tendências Gerais da filosofia na Segunda Metade do Século XIX, 1890
  • Raios de extinta luz, 1892 
  • Prosas
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